sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A verdade vencerá a mentira

Depois de muito tempo sem postar uma linha que seja, devido as inúmeras ocupações, hoje sentir-me na obrigação de escrever umas poucas linhas. O motivo principal é atender um pedido de minha própria consciência e também o pedido de um dos brasileiros mais queridos da atualidade e de todos o tempos - LULA. Pensar o momento que estamos vivendo requer um grande cuidado, não é minha intenção aqui me alongar numa avaliação da postura do candidato Serra, pois, outros o fazem com brilhantismo. Apenas para citar uma das análises cito o professor Emiliano José, em artigo publicado em agência Carta Maior, mas voltado ao meu singelo comentário confesso que me causa medo as declarações feitas pelo candidato da direita. Para quem tem o mínino de conhecimento de governos autoritários e conservadores, não só no Brasil mas em toda a América Latina, é uma tentativa explícita de um retorno a um governo de claro despotismo em nosso país. Ele, Serra, afirma com toda a traquilidade que se deve governar acima dos partidos, isso é grave! O governo deve estar acima de tudo e de todos na concepção do candidato que representa o atraso para o país. Isso não é preocupante? No debate de hoje ficou claro mais uma vez a maneira como iria se comportar, caso eleito, (Deus não deixa) com os movimentos sociais. Todos viram a fala do candidato ao se referi aos sindicatos. Que Deus tenha misericórdia de nosso país.

sábado, 30 de janeiro de 2010

O racismo é uma praga

O ano letivo se aproxima e os operários do saber estão se preparando em todo o Brasil para retomar suas atividades. A educação é um grande desafio para todos nós e são muitos os percalços que enfrentamos ao longo da caminhada, mas o ofício que abraçamos deve priorizar a formação do homem, as habilidades que nossos alunos desenvolvem é resultado natural no processo. Algo, porém, deve ser a nossa preocupação primária: colaborar na formação de nossos alunos e levá-los a refletir sobre as diferenças existentes em nosso país. Formando mulheres e homens que respeitem ao próximo deve ser o nosso maior objetivo. Mas, para que o leitor reflita um pouco mais sobre atitudes inadmissíveis, o convido à leitura do texto a seguir para que cada vez mais, nós que somos educadores e aqueles que transitam noutras áreas, nos unamos numa luta sem tréguas contra o racismo.
"Negra e militante de movimentos sociais, a deputada federal Janete Pietá (PT-SP) foi vítima de discriminação racial por parte de uma funcionária do cerimonial da Presidência da República, na terça-feira 26, em Brasília, durante o lançamento dos programas Bolsa Copa e Bolsa Olímpica, pelo presidente Lula. A deputada foi barrada ao tentar entrar no evento, no auditório do Ministério da Justiça. Ela pegou a fila para retirar o pin que lhe daria acesso ao espaço destinado aos parlamentares e, ao se apresentar, a funcionária a olhou de cima a baixo e exclamou: “A senhora, deputada??? !!!... Eu nunca lhe vi nos eventos presidenciais”. Pietá ainda comentou, calmamente, que a representante do cerimonial não era obrigada a conhecer os 513 deputados do Congresso, mas deveria, ao menos, saber identificar o seu broche de parlamentar utilizado na lapela. Mas não adiantou. Fundadora do PT, a deputada disse ter sentido dor e humilhação. “Como uma mulher afrodescendente, que ousa fazer um penteado afro, de tranças rasteiras, que não chega arrogante, pode ser deputada? Está mentindo, então!”, protesta Pietá. A deputada procurou o responsável pelo cerimonial. “De longe, vi a funcionária me olhando com desprezo”, afirmou. Segundo o cerimonial, a funcionária, não identificada, era contratada por uma empresa terceirizada e seria demitida. Pietá intercedeu: “Não precisa ser demitida. Quero que ela aprenda a respeitar as pessoas e não discriminar ninguém”.
Para ler o artigo da deputada acesse:
Janete Rocha Pietá
Mulher e militante negra, política fundadora do PT e atualmente deputada federal pelo PT-SP
Fonte: Carta Capital

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Tô Sabendo

O Brasil vai ficar conhecendo uma figura importante para nós baianos, Jorge Portugal. A TV Brasil colocou em sua programação um programa educativo que faz muito sucesso aqui na Bahia. O programa terá outro nome, no entanto, será mantido praticamente o mesmo formato do que era apresentado aqui na televisão baiana. Foi uma vitória para a educação do Brasil, pois, tínhamos necessidade de um programa como o que vai ao ar amanhã (sábado) às 18: 00 horas. Veja matéria abaixo e conheça um pouco mais sobre o Tô Sabendo.
"Segundo a diretora de Operações da TVE Bahia, Sahada Josephina Mendes, Tô Sabendo é um projeto multiplataforma, que inclui o game cultural na TV, o portal na internet e Twitter. “ E, em breve, podemos utilizar conteúdo para telefones celulares, pois queremos nos aproximar do público jovem”, anunciou. A secretária de Articulação Institucional do Ministério da Cultura (MinC) e coordenadora executiva do Programa Mais Cultura, Silvana Meireles, observa que a convergência da rede de emissoras públicas e da internet possibilitará “acesso democrático a conteúdos educativos e culturais”. A ideia do projeto, segundo a Assessoria de Imprensa do Programa Mais Cultura do MinC, começou a ser concretizada no fim de 2008, com a assinatura de um convênio entre o Programa Mais Cultura e o governo da Bahia, por meio do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), com a participação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O valor do convênio é de R$ 7,9 milhões, sendo R$ 6,328 milhões do MinC e R$1,582 milhão do governo baiano.
Jorge Portugal dá dicas de como passar no vestibular
Passar no vestibular é uma tarefa que, muitas vezes, se torna angustiante para milhares de jovens. “A maioria dos alunos de escolas públicas não se sente preparada para fazer o exame”, constata o apresentador Jorge Portugal, Foi pensando assim, que ele decidiu tratar o tema de maneira simples e esclarecedora, através do programa Tô Sabendo, nova atração da TV Brasil, que estreia no sábado (23).
Com muito carisma e animação, o baiano dá dicas sobre temas que têm grandes chances de cair no Enem e no vestibular, além de tirar algumas dúvidas dos alunos sobre profissões e mercado de trabalho. E a cada programa, uma atração musical reforça o clima de descontração.
Jorge Portugal possui múltiplos talentos. Além de apresentador, ele é também professor, escritor e compositor. Na Bahia, já deu aula em vários cursinhos pré-vestibulares e nos principais colégios. Anos de magistério o fez perceber que as dificuldades encontradas pelos vestibulandos eram muitas:” Existem lugares em que os professores de matemática ou química nunca apareceram na sala de aula”, revela Jorge.
Diante disso, resolveu propor uma aula diferente, que não fosse dentro do ambiente escolar, mas sim dentro de um estúdio de televisão. Desse modo surgiu o programa Aprovado, transmitido pela TVE da Bahia e pela Rede Bahia. Há 10 anos no ar, o programa superou as expectativas: “No início esperava 170 mil alunos-telespectadores, hoje já são mais de 2 milhões.”, declara Jorge Portugal.
Devido ao tamanho sucesso de Aprovado, ele decidiu então repetir a dose. Só que, desta vez, em escala nacional. Tô Sabendo foi inspirado no Aprovado e também terá uma plateia formada por estudantes do 3º ano do ensino médio de escolas da rede pública. Interativo, o programa possui um site, http://www.tosabendomais.com.br/, onde o aluno pode se aprofundar nas questões abordadas no Tô Sabendo: “O programa na TV estimula o aluno a visitar a internet e aprender mais.”, afirma Portugal.
Para o apresentador, os meios de comunicação são um importante aliado na educação: ”Programas como Tô Sabendo ajudam e, muito, no processo educacional, pois levam os conteúdos didáticos a alunos de qualquer lugar do Brasil. É como uma sala de aula complementar”. E completa: “O programa vai de encontro a uma necessidade social.”
Fonte: TV Brasil

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O BBB e suas peculiaridades

Aqui em nosso espaço tenho a preocupação de emitir o meu parecer respeitando a pluralidade entre as pessoas, e isso não é nenhuma virtude e sim nosso dever enquanto cidadãos. Como educador tenho tido a preocupação que, sem dúvida é a de muitos brasileiros, é pensar sobre a influência que a mídia 'grande' vem tendo na atualidade. O que temos observado nos últimos tempos são figuras 'de destaque' dizendo besteiras enquanto são elas mesmas, ou seja, quando não estão na frente das câmaras ou pensam que os microfones estão desligados. Hoje quero convidá-los a pensar sobre um programa que recentemente voltou a ser exibido, o BBB da rede globo. Fico a pensar nos prejuizos que um programa como este pode causar ao povo brasileiro. São três aspectos que quero considerar: a busca desenfreada pelo sucesso, o apego às futilidades e por último o comportamento desvirtuado de seus participantes.


O ser humano tende a querer galgar um espaço que imagina lhe concederá felicidade e, esta certamente estar atrelada ao dinheiro, fama e isto significa sucesso. Quem não consegue ser uma pessoa que se enquadre nesses padrões, provavelmente estará fadada ao fracasso. Por que as pessoas enviam milhares e milhares de vídeos para a televisão citada? Querem ter sucesso e o mesmo só virá mediante a fama e consequentemente o dinheiro que por sua vez lhes trarão a tão desejada felicidade. Ledo engano!


Pensando sobre o segundo aspecto considero ser o mais comum às pessoas, o apego às futilidades. Estamos cercados de coisas insignificantes que fazem mal ao corpo e a alma. Somos consumistas compulsivos de "coisas" que nos adoecem e, parece que quanto mais as consumimos mais nos sentimos "presos" a elas. O que dizer da descartabilidade do outro? O outro se não me interessar devo descartá-lo. Que mal há nisso? É isso que "aprendemos" no BBB.


O que mais tem influenciado a juventude na atualidade é sem dúvida o poder que a mídia exerce. O que é natural em um grande centro também já o é nas cidades pequenas do interior brasileiro. E digo isso com conhecimento de causa. Fatos que nos chocam acontecem diariamente às nossas barbas. O comportamento de rapazes e moças bonitas são dignos de serem imitados, pois, afinal eles estão vivendo intesamente. O Brasil e até outros países os assistem. Se muitos não podem chegar aonde eles chegaram, ao menos posso imitá-los em minha própria realidade. É isso que acontece no recôndito de nossas pequenas e grandes cidades. A rede globo é um câncer para a nossa sociedade.


Por fim gostaria que o querido leitor refletisse sobre a fala do "sapientíssimo" Pedro Bial. Veja o vídeo abaixo.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Será que foi maldição?

Dando uma passeada em meus favoritos encontrei uma reflexão do professor Jung Mo Sung, onde o mesmo faz uma belíssima leitura sobre a condição humana levando em consideração a sua finitude. Mas... o melhor mesmo é o querido leitor fazer sua própria reflexão do texto do professor. Ah! e o vídeo é para pensarmos sobre os interesses escusos que existem por trás de fenômenos como o que aconteceu no Haiti. Não se iludem muitos que estão se apresentando como mocinhos tem uma grande parcela de "culpa" com a miséria haitiana. Veja o texto a seguir:
"As imagens de destruição da capital de Haiti e dos corpos estendidos nas calçadas, cobertos com o que é possível, como uma forma de última homenagem ou de fazer sair da vista a miséria e a dor das mortes sem sentido, de vidas já muito sofridas ceifadas por um inesperado terremoto, tocam os lugares mais profundos do nosso ser.

Muito já se falou e ainda vai se falar sobre os aspectos geológicos, econômicos, sociais e políticos dessa grande tragédia que abateu sobre o país mais pobre das Américas. É claro que se a população não fosse tão pobre, se as infra-estruturas funcionassem e se tantas outras coisas fossem diferentes, o número dos mortos e feridos seria menor. Muitos vão exaltar a solidariedade que situações desse tipo fazem brotar, outros vão aproveitar o desastre para falar mal da globalização, do imperialismo ou da soberba humana que não respeita a natureza. Falar e falar muito, até como uma forma de catarse do mal estar que se estabelece em nós.

Desastres naturais de grandes proporções sempre nos incomodam profundamente porque questionam a nossa forma rotineira e ordenada de ver e viver a vida e porque nos colocam diante de perguntas difíceis que surgem com o mal e o sofrimento inesperados que atingem indistintamente "os bons e os maus". Essa indistinção corrói a nossa forma de ver o mundo, que é sempre uma forma de ordenar a partir das diferenças, e nos introduz em um mundo de desordem e caos. Em momentos assim, a tentação imediata é buscar um "culpado" para tentar explicar a situação e nos tirar do mal-estar.

Alguns responsabilizam a "misteriosa vontade de Deus", pois preferem crer que tudo o que acontece nas nossas vidas ocorrem segundo a vontade onipotente de Deus. Se o mal e o sofrimento vieram das mãos de Deus, devem ter alguma função salvífica. Mesmo que esse Deus pareça meio cruel, essa visão religiosa tem o papel de tentar restabelecer uma ordem estável e segura para o seu mundo e vida, ameaçados pela desordem e caos. Assim, o sofrimento sem sentido poderia encontrar algum sentido.

Outros preferem culpar a sociedade moderna e o capitalismo selvagem que explora os pobres e destrói a natureza. Mesmo que a origem do desastre tenha sido uma falha geológica na crosta terrestre, a culpabilização da sociedade moderna e do capitalismo globalizado tem seus atrativos porque exerce a mesma função de oferecer um "culpado" no qual podemos canalizar as nossas frustrações e raiva. Além disso, é fundamental para manter a idéia ou o projeto do mundo moderno de que é possível criar uma "nova sociedade" isenta desses desastres e crises, assim como de todos os tipos de males. Isto é, o sonho da criação de um mundo totalmente ordenado, sem sofrimentos imprevisíveis. E a realização plena desse sonho só será possível se todos os males e sofrimentos tiverem origem e causa nas ações humanas e na própria sociedade, e se formos capazes de criar um ser humano e uma sociedade sem esses problemas.

No fundo, essa postura é uma forma de manter a ilusão de que nós somos, podemos ou devemos ser messias de nós mesmos e salvar a humanidade da sua condição de precariedade, contradições, com seus potenciais e limites.

Contudo, o terremoto que atingiu Haiti, assim como o tsuname que atingiu a Indonésia e arredores, teve origem em fenômeno geológico que independe da vontade ou da ação humana ou da sociedade. É claro que há aspectos humanos e sociais que agravam ou minoram os sofrimentos humanos, mas pouco podemos fazer para evitar que ocorram, por ex., terremotos.

É claro que não quero, com essas reflexões, propor uma postura de passividade ou resignação frente à morte e sofrimento que assolam o povo de Haiti e ao grande desafio de reconstruir aquele país e de ajudar o seu povo a superar a situação de miséria e pobreza que deve agravar ainda mais nos próximos meses.

O que eu quero é simplesmente propor que antes de nos deixarmos levar pela tentação de "falar e falar" e de procurar "respostas fáceis", mergulhemos no silêncio, nas regiões mais profundas do nosso ser para meditarmos sobre a fragilidade e imprevisibilidade que marcam as nossas vidas. Como diz o Evangelho, precisamos ficar atentos e "vigiar". Não porque devamos viver com medo, mas porque, reconciliando com a nossa condição humana, reconhecemos que não há religião, razão, tecnologia ou política que possam impor uma "ordem de harmonia perfeita" sobre a vida e a natureza; não há como prever e controlar todos os aspectos da vida (seja na relação dos seres humanos com a natureza, seja com outros seres humanos e com sociedades).

O que podemos e somos chamados é viver vigilantes a vida no espírito de amor e solidariedade, sentindo em nós a dor e o sofrimento do nosso próximo (mesmo que geograficamente longe), fazendo o melhor possível para construirmos relações humanas e sociais que possibilitem uma vida digna e alegre para as pessoas. Mesmo que não encontremos sentido (se é que há) para tanto sofrimento inocente".

(Professor de Pós-Grad em Ciências da Religião e autor, entre outros, de "Cristianismo de Libertação").
Fonte: Adital

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pobres haitianos

Sente frio, fome, dor, tristeza... Olha para todos os lados na expectativa de reencontrar sua mãe. Em meio ao caos um pobre garoto, já faz algumas horas que perdera de vista o seu bem maior, sua mãe. Ele tem apenas 8 aninhos e não consegue entender o que estava acontecendo, olha para aquelas pessoas chorando, gritando, correndo e enxerga escombros em todas as direções. Anoitece e o frio e a fome aumentam; Domingos é um garoto desnutrido e em sua curta vida estava acostumado a passar fome, mas nunca ficou longe de sua querida mãe. Sentado embaixo de um resto de cobertura, não sabia do perigo que estava exposto. Despido, vestia-se apenas uma pequena bermuda, deixando à vista seu corpinho magro e indefeso. Desesperado, a infeliz criança começa a gritar por sua mãe. As pessoas que passam por ele parecem não vê-lo, pois, também ficam atônitas com o desastre que arruinou aquela pobre capital do Haiti. Quando uma adolescente vem ao seu encontro, ele assusta-se e chora desesperado, ela o acalma e o retira daquela cobertura o colocando em outro local, aparentemente mais seguro. Ele sem entender muito bem a atitude da garota, aceita o novo espaço para onde fora levado. Depois de muito esperar por sua querida mãe ele adormece ali mesmo, em meio a gritos, escombros e tiros.
Homens sanguinários, amantes do luxo e capitalistas vorazes. Vós sois responsáveis pela miséria do povo haitiano. A vossa ganância levou os à miséria absoluta. Essas nações pagarão caro por tudo que fizeram aos países pobres do mundo.
Foi uma catástrofe que acometeu ao povo do Haiti, mas o seu estado de extrema pobreza agrava e muito a situação de nossos irmãos. É triste quando vemos países ricos enviando uma quantidade ínfima de dólares para o Haiti. São mesquinhos... ordinários... não conhecem o que é amor!
Parabéns ao nosso presidente que mais uma vez dá exemplo, demonstrando compaixão aos nossos irmãos.
À senhora Zilda Arns a nossa homenagem pela vida dedicada às crianças e aos pobres.
Obs: a história acima é fictícia, no entanto, de longe retrata a cruel realidade.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

E NOSSAS CRIANÇAS?

Ele tinha o hábito de ir ao mercado e comprar pão todos os dias ao cair da tarde. Era uma criança esperta e muito querida por todos que a conheciam. Felipe, tinha apenas seis anos e gostava muito de ir à padaria, que não ficava muito longe de sua casa. Seus pais ensinavam ao garoto, apesar de tenra idade, bons modos, pois zelavam pela ética e, não queria que o filho se comportasse de maneira que os envergonhassem.

Ele vai cuidadosamente pela calçada, como o pai o recomendara, era um garoto de grande vivacidade. Depois de andar por alguns minutos chega ao seu destino, se aproxima do balcão e espera a vez de ser atendido. Olhava com curiosidade o rapaz atender a uma senhora que estava ao seu lado. Logo depois o moço o chama pelo nome e pergunta a quantidade de pão que ele queria. Ele olha para o moço e diz com ingenuidade:

_ Moço! O tanto que você me der eu aceito.
_ Sim... Felipe. Vou mandar o tanto que você leva todo dia. Tudo bem?
_ Tá sim. Obrigado – fala o garoto com um lindo sorriso, e depois acrescenta – Vou pagar a moça, viu?

Felipe se aproxima do caixa e olha para cima na tentativa de ver a moça. Com muito esforço consegui colocar o dinheiro para a jovem pegar. A moça ri para ele e pede para aguardar que logo lhe entregaria o troco. Ele esperou um pouco enquanto a jovem pega o dinheiro e dobra direitinho e coloca naquela linda mãozinha. Ele sai feliz da vida por executar a sua tarefa de todos os dias.

O pai de Felipe o aguardava na calçada de casa. De lá ele acompanhava os passos do filho. Por isso, não tinha receio de fazer esse exercício diário com o garoto. Felipe retorna sorridente e entrega a sacola de pão e o dinheiro. Eles entram e Felipe diz para o pai.

_ Meu pai... Por que entreguei para a moça da padaria um dinheiro e ela me devolveu um monte? – Felipe estava começando a entender o que é dinheiro; era um garoto atento a tudo que ocorre ao seu redor.
_ Não filho. É assim mesmo, é por causa do valor do dinheiro. Você é muito pequeno para entender esse assunto ainda. Diz o pai tirando do bolso o troco que o filho lhe entregara.

Para sua surpresa ao conferir o dinheiro pode verificar que o troco que a moça dera estava errado, tinha muito mais do que deveria. Ele olha para o filho e diz:

_ Meu filho, a moça da padaria lhe deu dinheiro mais do que deveria. O troco tá errado, temos que devolver! – o pai de Felipe era um homem que não tolerava nenhum tipo de desonestidade.

_ Pai... Por que não podemos ficar com o dinheiro? Assim podemos comprar um monte de coisas. – diz o garotinho na mais pura inocência.

O pai, pega o filho no colo e o beija. Em seguida fala de maneira amorosa.

_ Meu filho querido... Vou explicar para você o porquê de não podermos ficar com o dinheiro. O dinheiro que você levou para a padaria para comprar os pães é dinheiro que recebi por ter trabalhado. Pois é filho... O seu pai não sai de casa todos os dias para trabalhar? Então... Faço isso para trazer dinheiro para comprar as coisas para você, eu e sua mãe. Entendeu? – enquanto o pai falava, ele o observava atentamente.
_ Sim papai... Eu entendi. Mas ontem eu vi na televisão um homem colocando dinheiro na meia. E o moço da televisão falou que aquele dinheiro não era dele! Então também podemos fazer o mesmo.
(É um mine conto para refletirmos um pouco).


Eu não sei se Arruda e sua corriola têm filhos pequenos. Certamente um deles haverá de os ter. Fico a pensar o que será dessas crianças quando retornarem para a escola. Vão ser humilhadas e certamente jamais esquecerão tamanha vergonha. Tomara que a população de Brasília se posicione e elimine esses elementos da vida pública de uma vez por todas.